A escalada da violência nas comunidades do Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo tecnológico: traficantes do Comando Vermelho passaram a utilizar drones para atacar forças de segurança durante a megaoperação que ocorre desde o início da semana em várias regiões da capital fluminense.
Segundo informações das autoridades, os equipamentos foram usados para lançar explosivos e monitorar a movimentação policial em pontos estratégicos das comunidades do Complexo da Penha, Vila Cruzeiro e Maré.
Os agentes relataram que os criminosos controlavam os aparelhos a distância, tentando antecipar as ações da polícia.
Uso de drones representa nova ameaça
De acordo com a Polícia Civil, o uso de drones por facções representa um novo desafio tático nas operações urbanas.
“É uma forma de guerra assimétrica. Eles estão usando tecnologia para tentar ganhar vantagem sobre o Estado”, disse um comandante da operação, que preferiu não ser identificado.
As forças de segurança utilizam equipamentos antidrone e sistemas de bloqueio de sinal para conter os ataques.
Apesar disso, em alguns momentos, as aeronaves conseguiram sobrevoar áreas de atuação policial, lançando artefatos improvisados.
Operação continua
A megaoperação já resultou em 64 mortos e mais de 80 prisões, segundo o balanço oficial. O objetivo é desarticular o Comando Vermelho, responsável por coordenar o tráfico em diferentes regiões do estado.
As investigações apontam que os drones teriam sido importados ilegalmente e modificados para uso criminoso, o que indica um nível crescente de sofisticação das facções.
População sob tensão
Moradores relatam que o clima nas comunidades continua tenso, com tiroteios, bloqueios de ruas e suspensão de serviços.
A Defensoria Pública e a Anistia Internacional pediram monitoramento das ações para garantir que não haja excessos nas operações.
